segunda-feira, janeiro 02, 2006

A Gazela


Sempre gostei de jogadores de pensamento rápido. E a esse respeito considero Thierry Henry espantoso, uma vez que o seu pensamento acompanha a sua velocidade natural e talento muito acima da média.
Henry começou como extremo devido à sua rapidez. Iniciou-se como titular aos 17 anos no Mónaco fazendo estragos na posição citada e de onde, após marcar mais de duas dezenas de golos havería de cativar a curiosidade da Juventus.
O destino sería então cruel com Henry, e as poucas oportunidades aliadas a um futebol de maior e mais eficiente marcação (com muito pouco espaço), amputariam o futebol velocista de Henry.
Foi necessário ser resgatado para o Arsenal por Wenger, que já o conhecia do Mónaco, para se tornar uma das maiores estrelas deste desporto.
No Arsenal encontrava o futebol ideal para ele, um futebol feito de espaço e sem exageradas preocupações defensivas. O ideal para a gazela. Desde então queimou uma série de records na Premier Ligue, e fez algum furor na Champions League. Recordo por exemplo a forma como trucidou quase sozinho o Inter em 2004.
Henry é sinónimo de golos bonitos, de belo efeito, carregados de técnica pessoal, capacidade de remate em espaços curtos, pormenores de domínio deliciosos como naquele golo recentemente marcado ao Sparta.
De referir que Henry é apenas um exemplo de um extremo que passou a ponta de lança, dado o seu instinto matador e a forma eficaz com que consegue surgir da linha para o meio, jogar a toda a largura da frente de ataque (esquerda, direita e centro).
Dois jogadores que gostaría aqui de referir também são Cristiano Ronaldo e Robinho. Obviamente não os poderei comparar a Henry em termos de cultura táctica, algo que também evolui com a idade. São também claramente mais imprevisíveis em termos de dotes técnicos - não que Henry não o seja, não tem é aquele toque de rua, de brinca-na-areia. Mas se repararem bem nas características dos jogadores que mencionei, são ambos jogadores que nasceram na linha. São ambos jogadores com grande sentido de baliza. São ambos jogadores velozes e de pensamento rápido. São ambos muito bons a fugir da linha para o meio. São ambos jogadores para o espectáculo.
No caso de Cristiano, não considero totalmente descabida a ideia de usá-lo como segundo ponta-de-lança, dado o seu invulgar (no que a Portugal diz respeito) jogo de cabeça.
Um aparte: o mesmo Arsenal que renasceu Henry (depois da Juve) ameaça não o deixar crescer, dado que me parece que com o Arsenal, Henry não poderá ter grandes aspirações a conseguir uma competição internacional como a Champions, reduzindo o impacto das suas performances. Basta ver a injustiça que ocorreu há 3 anos salvo erro quando a Fifa considerou Zidane o melhor jogador do Mundo em detrimento de Henry, quando este havia feito uma época fantástica.

2 Comments:

At 12:21 da manhã, Blogger blutarsky said...

Vi o teu link no castigomaximo , gostei deste artigo . acrescento só uma coisa : o subrendimento do Henry em Italia para mim não se deveu tanto ao facto de o campeonato italiano ser mais dificil em termos de espaços , mas sobretudo pq ele jogava numa posição em que perdia muito do seu potencial : jogava como medio direito . Lembro-me que num dos poucos jogos que fez como avançado , marcou 2 golos á Lazio que acabaram por ser decisivos para a derrota no campeonato dos romanos (na altura desse jogo eram lideres da Serie A com 7 pontos de vantagem )

 
At 10:29 da manhã, Blogger dezazucr said...

Obrigado pelo comentário.
De qualquer forma hás-de convir que a falta de espaços condiciona um jogador como Henry.

 

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