terça-feira, dezembro 26, 2006

Uh... já vens tarde ó moço...

Como tudo o que Mourinho diz é lei, a propósito da opinião:
- Se fosse o Mourinho a decidir, como seria o futebol organizado?
- A nível de selecções seria organizado como se faz ao nível de clubes: os melhores jogam contra os melhores e os piores jogam contra os piores. Teria de haver duas divisões. Ao invés de Portugal estar a jogar agora com o Cazaquistão e a Inglaterra a jogar com San Marino, deixem lá o Cazaquistão e San Marino jogarem contra Andorra e as Ilhas Feroe jogarem contra o Luxemburgo. Os grupos passariam a ter três ou quatro equipas, em vez de sete e oito; os melhores apuravam-se na mesma; o número de jogos era reduzido; os jogadores teriam mais tempo para treinar. E como quem treina mais e com mais qualidade lesiona-se menos e joga melhor, os jogadores chegariam às fases finais de Europeus e Mundiais em melhores condições. As selecções permaneceriam para sempre no mesmo nível? Não. Teria de haver um ranking que permitisse baixar e subir de divisão. Parece-me que esta é a essência do jogo. Em Portugal, o Vizela não está a jogar contra o Benfica e aqui o Chelsea não está a jogar contra o Millwall.


Relembro o post Porque não mudar? de 16 de Novembro:


Os jogos da selecção neste momento não têm a mesma piada.

Qual a motivação de ver Portugal jogar contra o Cazaquistões, Urzbequistões sem ofensa para essas selecções ou equipas do género? Ver por quanto ganhamos? Ver se o jogador X se extreia?

Parece-me pouco para convencer-me a sentar no sofá e reservar 2 horas do meu curto tempo livre. E não confundam, grande parte do meu pequeno tempo livre é ocupado com futebol do meu Benfica e não só, dado que papo quase todos os jogos que a assinatura da SportTv me oferece.

Não me parece que seja benéfico nem para essas pequenas selecções, que a meu ver não se conseguem desenvolver pois apenas treinam processos defensivos. Para além de não ser muito motivante, dado que o seu objectivo normalmente é perder pelo mínimo.

No máximo os jogadores podem deliciar-se por poderem actuar frente-a-frente com alguns dos que serão seus heróis ou talvez não.

Uma das minhas sugestões é que devería haver uma 2ª divisão europeia que permitisse a essas equipas subir de nível e serem mais competitivas. Poderíam jogar entre equipas mais ou menos do mesmo nível e apenas as melhores a cada período subiriam de divisão e já poderíam jogar com os "tubarões". Pelo menos assim, perdiam o triste e desanimador hábito de serem goleados a cada jogo.

Outra sugestão, esta menos apelativa pois reduziría o nº de jogos, sería a de play-offs, conforme se faz nas taças da uefa, em que iam sendo eliminadas as selecções menos competitivas, chegando posteriormente a um nível em que se poderíam bater com os "grandes".

A meu ver, qualquer uma das soluções é mais apelativa que o estado actual das coisas: principalmente para essas mesmas equipas, dado que as tornaría muito mais competitivas e convém não descurar, a competitividade obriga-nos a desenvolvermuito mais rapidamente.

Outro ponto favorável sería a extinção do fenómeno absurdo que se tem abatido sobre o futebol de todos os países, que obriga que a cada 2 semanas haja uma interrupção para jogos da selecção, muitos deles da treta a feijões derivado da falta de oposição quando se defrontam essas equipas menos desenvolvidas.

* Confesso que apesar de gostar muito da selecção, prefiro ver os jogos do campeonato nacional ou das competições europeias, também por causa da competitividade que estas competições têm e que falta às fases de apuramento da fifa.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Sim, Carolina...

(*) Texto retirado descaradamente do Diário Económico, após ler excerto no blog MagicoSLB
Parece-me que vale bem a pena ler o texto na íntegra.

Quando José Mourinho regressou ao Porto, já como treinador do Chelsea, levou seguranças, dizendo: “quando vou a Palermo, tem de ser assim”.Domingos Amaral

Desde Miguel Sousa Tavares aos Gatos Fedorentos, desde Dias Ferreira às revistas popularuchas de televisão como a TV 7 Dias, o ataque a Carolina Salgado foi avassalador.
Mal se soube que a senhora tinha escrito um livro onde contava pormenores sobre a vida com Pinto da Costa e revelava alguns dos métodos do presidente do FC Porto para atingir os seus objectivos, o coro de protestos foi imenso.

O tom de superioridade moral da maioria foi espantoso: para quase todos, tratava-se de uma senhora reles, sem carácter, duvidosa.
Numa palavra, tratava-se de um alvo a abater, e depressa. A tentativa de assassinato de carácter que toda esta gente fez a Carolina Salgado é reveladora, não só dos instintos machistas grosseiros e boçais que ainda prevalecem por cá, como dos instintos de classe.
Carolina Salgado não é uma menina bem, não vem de boas famílias, cometeu muitos erros na vida, comeu o pão que o diabo amassou, deixou-se usar numa guerra suja, meteu a mão na anca quando foi preciso e sujou as mãos quando lhe pediram.

Sim, é tudo verdade, e também trabalhou como alternadeira, no Calor da Noite.
Porém, isso não a diminui aos olhos do mundo, não lhe retira força. Bem pelo contrário. A vontade expressa de a enxovalharem, de a vilependiarem, é apenas uma estratégia, reveladora de um preconceito fortíssimo, um preconceito vil e ignóbil, daqueles que se julgam virtuosos. É tão fácil atirar-lhe pedras, cuspir-lhe na reputação.

Tal como muitos chamaram às vítimas do processo Casa Pia prostitutos e mentirosos, agora também chamam a Carolina tudo e mais alguma coisa. É preciso diminuí-la, desgastá-la, descredibilizá-la.

A defesa de Pinto da Costa já começou, e os seus lacaios fazem-lhe o servicinho, tendo por isso como aliados os idiotas úteis do costume. É preciso baralhar o povo, confundir as pessoas, para os imorais triunfarem.Mas, convém ter bem a noção do que se está a passar.

Pela primeira vez em vinte e tal anos, houve um terramoto no Porto. Sim, um terramoto de grau muito elevado. As coisas que Carolina revela, e a coragem com que o faz, são terríveis, e mostram que tudo o que se suspeitava pode bem ser verdade.

Aqui há uns anos, quando José Mourinho regressou ao Porto, já como treinador do Chelsea, levou seguranças, e perguntaram-lhe porque o fazia. Ele respondeu: “quando vou a Palermo, tem de ser assim”. Palermo...Palermo é a capital da Sicília, terra da Mafia, da Cosa Nostra. José Mourinho tinha sido treinador do FC Porto, onde tinha vencido uma taça UEFA e uma Liga dos Campeões. Sabia do que falava. Ele vira, por dentro, como funcionava a casa de Pinto da Costa, quais os métodos e as artes. E falava em Palermo...
Pena que não tenha sido mais corajoso, contando o que viu. Coragem essa que não falta a Carolina Salgado, fazendo com isso saltar dos eixos o futebol português.

Agora, parece ter chegado o tempo de começarmos a saber o que se passa. Agora, esse poder oculto do futebol português vai submergir, vai ser posto a nu, e vai queimar muita gente.

Agressões a vereadores de Gondomar, conversas com árbitros em casa, gavetas cheias de dinheiro, colaborações secretas com a PJ do Porto, controle das classificações do árbitros, suspeitas de associação criminosa.

Ao pé das acusações que caiem sobre Pinto da Costa, Vale e Azevedo parece um aprendiz e no entanto foi parar à cadeia. Veremos se a justiça portuguesa considera mais grave uma burla do que uma associação criminosa.Mas, nos salões bem pensantes de Portugal, nas redacções dos jornais, nos cafés, o que está a dar é achincalhar Carolina Salgado. Chamar-lhe nomes, gozar com ela, é que é giro. Os portugueses são um povo muito curioso, nunca levam a sério o que é sério, preferem a reputação à substância. Por causa dessa característica antropológica, transformam tudo num espectáculo de circo, sem perceber que assim contribuem para perpétuar uma sujeira e não para a limpar.
Mas, enquanto há vida, há esperança. Em Palermo, as coisas também mudaram um dia...

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Domingos Amaral, Director da revista “Maxmen”

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Triste...


Mais uma 1ª parte miserável em um jogo fora.

É incrível como a equipa entra em jogo apática, deixando para a 2ª parte o que podería resolver na 1ª.

Pode-se falar com a Liga para se instituir uma regra nova: Nos jogos do Benfica fora, passa a haver apenas uma parte, e se puder ser a 2ª a malta agradece.

Aconteceu em todos os jogos que o Benfica fez fora, sendo a única excepção que confirma a regra, o jogo em Leiria. Contra o sporting resultou, contra a Naval, mais uma vez, foi um tiro no pé.

Por mim este treinador nem nunca devería ter entrado, pelo que a sua saída é cada vez mais, tardia. Incrível é a margem de manobra que lhe dão, mas pronto, sábado na Luz ganha a mais uma equipa fraquinha e já envia areia para os olhos de muito boa gente.


Tudo se conjuga para uma época miserável e triste, à imagem do treinador e o meu receio é que nem nos 3 primeiros consigamos ficar, uma vez que não conseguimos ganhar um jogo fora.

Eu, sinceramente, há muito que estou farto de o aturar.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Notas do Derby


1. O Benfica ganhou fora. Mas continua ainda com o estigma de só ganhar a equipas pequenas.

2. O Fernando Santos continua a ser um bronco. Não se percebe porque demorou tanto tempo para colocar o Kikin Karagounis na 2ª parte quando precisávamos guardar a bola. Se temos calhado sofrer um golo era o vê se te avias.

3. Bom treino defensivo. Penso que foi a melhor performance defensiva este ano Agora aquelas transições, por amor de Deus. Sempre serve para dar confiança para Manchester. Precisamos de um milagre jogo muito pragmático lá.

4. O Nuno Gomes é o Beto dos avançados. Só assim se explica que depois de ter falhado 2 golos de bandeja, quando a equipa até estava a trocar bem a bola aparecesse sempre a estragar tudo e a devolvê-la ao adversário e como se não bastasse, ainda conseguiu ser expulso numa fase em que o jogo parecia controlado.

5. O Quim a gozar. Primeiro com a cara dos jogadores sportinguistas. A fazer uma exibição como há muito não se lhe via, cheia de tranquilidade e boas defesas. Depois, como ele gosta de fazer, aquelas merdices de perder tempo - ainda deve estar a pensar que está no Braga. Por fim, com o Moretto. Aquilo não se faz, sai, não sai, sai, não sai. Bem fodido deve ter ficado o brasileiro.

6. Excelentes performances do Ricardo Rocha e do Nélson. O primeiro, depois do enguiço 5 épocas sem um único golo é obra, já vai com 2 golos no campeonato, para além de ter estado em quase todo o sítio a fazer cortes. Nélson pareceu-me muito melhor defensivamente, a não dar tantas veleidades aos avançados do sporting e depois de ganhar confiança, a enxovalhá-los um pouco o que fica sempre bem junto dos adeptos. Ainda estou indeciso se preferi o cabrito ao Nani ou a troca de olhos ao Tonel.

7. Agora que venha o Manchester.