Espero bem que não estejamos a caminhar para as vitórias morais, depois de um jogo em que só uma equipa quis jogar como atesta o facto dos 2 únicos remates do Marítimo terem sido proporcionados pelo árbitro. Primeiro num pénalti que caso o critério fosse honesto, tería sido seguido quando na jogada em que a bola de Weldon é cortada pelo braço do jogador do Marítimo. Segundo, num livre inventado pelo árbitro quando o Coentrão ganha na velocidade desarmando de forma limpa o jogador maritimense.
Enfim, adiante que já sabemos bem como são e serão as arbitragens portuguesas, como havia alertado no post anterior.
Do mais:
(-): É-me incompreensível a forma inadmissível e amorfa como decorreram os primeiros 30m. O Benfica tinha sempre a obrigação de entrar com tudo em cima, não só porque sabe que nos últimos 4 anos começou mal dando azo a que terminasse como terminou, mas também pelo facto de já saber do resultado dos adversários. Pôs-se a jeito. E o Benfica normalmente põe-se a jeito. Se o Benfica consegue fazer aquela 2ª parte, porque não a fez na 1ª? Pôs-se a jeito. Depois, bem, depois lamenta-se.
(+): Lesão de Carlos Martins. Para além de não gostar do jogador, do seu perfil de carteiro que atravessa meio campo com a bola quando toda a equipa está a jogar a 1, 2 toques ou pura e simplesmente complicativo, escolhendo quase sempre a pior opção de passe. Positivo também porque teve oportunidade de entrar FÁBIO COENTRÃO, que fez um senhor JOGAÇO!!! A atacar, a defender, na raça, na técnica, no brio - faltou o golo, mas a jogar assim, não tardará muito. Na retina fica o desarme ao jogador do Marítimo após ganhar em velocidade aos 82m
em que o estúpido do árbitro marca livre e ainda o amarela.
(+/-): Aimar. Negativo na primeira parte em que se viu impotente para contagiar a equipa e, tirando aquele livre à barra - tal como Coentrão, os golos não querem nada com ele, pouco fez. Positivo na segunda parte, em que do quarteto de sulamericanos foi o único a puxar dos galões, com raides e bons passes - mesmo assim, abaixo do que vinha prometendo.
(-): Trio da frente. Comandados por um desinspiradíssimo Cardozo (espero que não se repita muitas mais vezes), Di Maria e Saviola nunca foram o que se esperava. Os dois últimos desapareceram vezes demais do jogo e o primeiro, até apareceu muitas vezes, mas invariavelmente borrou a pintura.
(+): Acerto de Jesus em Weldon - o meu irmão disse que vale 10 a 15 golos e eu concordo. Rápido e com vontade.
(-): David Luiz. Demasiadas vezes displicente. Parece o Di Maria dos defesas. O talento sabemos que está lá, mas ganha sempre a propensão para se emocionar e acabar na asneira.
(-): Cantos. Tantos e em praticamente todos surgiu em primeiro lugar o corte dos defesas. Quase sempre ao primeiro poste. Praticamente sempre mal. Do lado inverso o lance do penálti serviu para justificar o que já dizia: a exemplo dos restantes cruzamentos, bola na nossa área e é o pânico.
(+): Javi Garcia e Amorim. Se o primeiro está em todo o lado o segundo não lhe fica atrás. Certinho é certo, não é um Miguel a atacar, mas não me lembro de terem feito farinha do lado dele.
(-/-): Mais uma vez não ganhámos na estreia. Mais uma vez estivemos a correr atrás do prejuízo. Como não concebo nenhum resultado que não seja a vitória e sei que se continuarem os empates nada ganharemos, é preciso no próximo jogo duplicar o empenho e triplicar o acerto na baliza. Caso tal não suceda, Jesus não será muito diferente dos treinadores anteriores, não ganhando será sempre crucificado.
Não se pense com esta análise crua que eu tenha achado que o Benfica jogou mal. Pelo contrário, na 2ª parte até massacrou, com jogadas de estilo. Mas o jogo para além de acabar aos 90m, começa no segundo 1. E com tantos intervenientes
duvidosos no jogo não nos podemos dar ao luxo de dar 30m de avanço para depois corrermos como sempre atrás do prejuízo.
Espero que no fim de semana seguinte seja diferente. Não quero vitórias morais.